quarta-feira, 25 de março de 2009

Depois de algumas 'taças' de vinho...



Noite agitada, garrafas de vinho no chão. Lá está ela, numa sala vermelha e cheia de pessoas.

O som da música tocando, como um pano de fundo, gente falando. Amigos reunidos, baralho na mesa e um violão na mão. É uma festa e ela adora festas.

O Tempo passa e a quantidade de garrafas espalhadas pela casa só aumenta. Tudo fica confuso, ninguém está em sua sã consciência, ou teria alguém? Ela não sabe. Apenas reconhece que, depois de mais alguns copos, tudo aquilo que está vendo encontra-se meio distorcido. Está tonta!

A noite se esconde e começa nascer o dia. Muitos se vão, quando, então, ela corre para a sacada para deitar-se numa rede e sentir a paz que a brisa da manhã traz consigo – mas o que Deus lhe preparou foi algo maior. Deita-se e vê o nascer do sol – uma das coisas mais lindas que já pudera ter visto. O Sol, numa cor que mistura amarelo com vermelho, bastante redondo e grande, não se esconde em lugar algum. Lá, está ele demonstrando toda a sua grandeza e isso é tudo que ela precisa saber neste instante. Ele vivificou aquela alma, até posso sentir. Este momento está sendo tão sublime e é apenas dela – ela e o sol, o sol e ela. Talvez meu também.

As horas passam, o tempo corre. Ela precisa voltar, mas a vontade de ficar é forte, seus pés estão fincados naquele piso de madeira.

Em casa, jogou-se sobre seu aconchego diário. Numa sensação estranha, boa, percebo que ela gostou, tudo estava rodando em sua cabeça, ela via círculos grandes e pequenos ao mesmo tempo, não sei explicar, uma espécie de alucinação. Mas o cansaço é grande, agora ela dorme. Depois de umas horas, ela acorda e parece desnorteada. Com essa cara, acho que ela está pensando que já são quase 5 horas da tarde. E ela não almoçou, deve ser esse o motivo. Seus pêlos estão arrepiados, de onde vem este frio? Ela diz: ‘Como vim parar na Antártida?!’ Não entendi. Mas ela tem certeza que está neste continente – ela não faz questão de saber como ali foi parar, só quer um agasalho.

Abriu os olhos, viu o relógio que mal havia rodado – duas rotações de 360º, talvez. Resolve se levantar. Percebeu que nunca havia saído daquele cantinho. Aliviada, lembra das ‘taças’ de vinho martelando em sua cabeça.